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terça-feira, 4 de outubro de 2011

E aquelas pessoas

que estão em todas as actividades extra da empresa, organizam simpósios e reuniões semanais, acumulam funções (para o bem geral dos trabalhadores em todas as áreas possíveis e imaginárias), sempre despachadas a responder e interagir e motivar o mundo com o seu mega entusiasmo (especialmente se os chefes estiverem perto)?

Ah... e sempre dispostas a servir de intermediárias entre nós e o director, como se não tivessemos sido todos, na infinita bondade do Senhor, agraciados com uma boquinha para falar? Já que vão lá resolver 48 vírgula 6 assuntos e fomentar os 18 projectos que surgiram por acaso (Ahhh 19 projectos, com este que surgiu... e puff 20!) enquando liam sobre, pasme-se, Como multiplicar a produtividade da sua empresa  sem gastar 1 tostão furado ao chefe?, best-seller para campeões... aproveitam e resolvem os nossos problemas, favor que nos fazem com muita super alegria! Viva! Super-heróis com ultra-xpto poder de (auto-)motivação.
ARRGGGGGGGGGHHHHHHHHHHH

Temos uma dessas pessoas. Uma mulher nos 20 e poucos e super-hiper-mega-ui-mesmo hiperactiva. Faz parte de tudo e mais alguma coisa, sempre disponível para imensas actividades embrionárias, mas já com porta-voz... pode ser ela, até gosta e tudo. Só pode ser ela, de certo modo. E tal ahah nós podemos, nos entretantos, relaxar e beber bejecas enquanto ela carrega o mundo e brada isso tao alto e tantas vezes que se ouve na Etiópia. E pode contactar toda a gente e dar a conhecer esta nova ideia estupenda. Sempre a pensar no super bem comum e aumento da produtividade com merdinhas extra_ordinárias.

O que me comicha, é o facto dela agir de forma escaganifobética e eu não ter (ainda) decifrado se é apenas uma vertente da sua personalidade ou um alter-ego estudado. Uma mescla de camionista de mamas com o amigalhaçó-semi-macho. Cabelinho curto com risca ao lado, roupa desportiva larga, como que a evitar ser percebida como mulher.

Talvez seja preconceito meu, por ter amigas lésbicas longe do imaginário grotesco de fufa  que bebe testosterona com cachaça ao acordar. Fico com a impressão de personagem feita para agradar a gregos e turcos, ser "mais um(a)" tipo(a) porreiro(a). É todo um conjunto que, de tão neutro, desprovido de emoção e graça, dá nas vistas. Qual é o problema de assumir um género que não se pode negar a partir da puberdade? Não consigo ir de boa vontade a estes eventos de super convívio entre pessoas muito forçadas interessadas em aprofundar conhecimentos, desenvolver parcerias de modo informal e estar rodeadas de mirradinhos_sociais-ratos-de-biblioteca-gerentes-CEOs-especialistas_em_coisas que só estão confortáveis no meio de outros mirradinhos emocionais.

Ui e iniciativas? Ena tantas! Surpresa surpresa!! Vais adorar!! (Não, não vou. Nem adorar, nem participar se não se tratar de um tema deveras interessante.)

7 comentários:

Confuskos disse...

"(...) agir de forma escaganifobética (...)" - Gostei.. :)

Acho que se estivesse na tua posição, seria igualmente "comichado" pela imensa curiosidade de descobrir se é defeito, ou feitio!! Detesto "pessoas perfeitas" sempre sorridentes e colaborantes!!

Mas ás vezes não perdemos nada (se não tempo e esse já o gastamos em demasiadas futilidades) em interagir com os mirradinhos_sociais-ratos-de-biblioteca-gerentes-CEOs-especialistas_em_coisas!! E quem sabe, se não descobre lá gente interessante e até os ajudas a "sair da bolha" onde se encontram presos!!

Mas depois já sabes, se gostarem de ti vão haver muitas mais iniciativas! Uuuuii vais adorar!! :))))

Beijinho *

Ísis disse...

LOL. Ui! Se quiseres envio-te aqui uns e umas "coisas" semelhantes :P

Pusinko disse...

Confuskos: a questao nao é ser perfeitos ou nao. É o querer sempre funcoes extra como porta-voz (ou mediadora) e tentar contagiar os que estao à volta com um entusiasmo que nem sempre é real. Porque ninguém se interessa por todos os temas do mundo.
Eu nao gosto que me resolvam problemas sem eu pedir, nao gosto
que me tentem arrastar a eventos que nao me interessam de momento.
O que comicha nao é ela ser assim. É uma forma de dar nas vistas mostrando uma ubiquidade que nao existe, mas pronto... Confunde-me a neutralizacao do género que é o dela. A masculinizacao desnecessária nos dias de hoje, especialmente se queremos estar no mesmo barco ao mesmo nível dos homens nao é sermos um deles, mas sermos nós próprias e trabalhar com garra. As diferengas de género estao lá. E aliar isso a um quase nos forcar a dar-lhe coisas para fazer tira-me do sério. Especialmente se as resolucoes dos problemas passarem por chefias, alargando o tempo de antena a si próprios e passando 1 atstado de parvoice aos outros.

nao sei. Nao gosto, mania minha, provavelmente.


Beijinhos :)

Confuskos disse...

"(...) se queremos estar no mesmo barco ao mesmo nível dos homens nao é sermos um deles, mas sermos nós próprias e trabalhar (...)"

Subscrevo totalmente!!

E não acho que seja mania tua, acho perfeitamente normal.

E percebo onde tu queres chegar. No meu caso e numa empresa com poucas mulheres sofre-se do inverso, o não haverem porta-vozes e as coisas não andaram para a frente!! Eu ainda sou o mais destemido e resolvo muita coisa, não me sobra é tempo para tudo!!

E entendo que não gostes da situação, é normal eu também ia odiar a cena, contudo, conheces de certeza aquelas pessoas_dependentes_de_mirradinhos_sociais-ratos-de-biblioteca-gerentes-CEOs-especialistas_em_coisas ?? E estas últimas, sobrevivem à contas deles, daí que o atestado de parvoíce ás vezes lhes caia muito bem!!

Beijinho *

Ana disse...

Gentinha irritante essa... até me fez comichão só de ler a história da dita pessoa! E esse ar homem/mulher faz-me alguma confusão... :)

Anónimo disse...

Uiii!... eu ia adorar ter uma espécie dessas ao pé de mim...

Beijinhos

who's yo' mama?! disse...

Anda cá. Pronto, já passou...
Calma, mulher ;)