Páginas

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

O ano de 2010

Foi 1 ano intenso de busca. Por mim, por quem sou, pelo que quero, por quem quero, como quero. Divaguei. Sinto que deixei o tempo passar-me pelos dedos e eu, olhei enquanto ele se ia,  sem evitar que caisse.
Recomecei a escrever, a criar e a moldar. Prosa, poesia (após muitos anos sem pegar numa caneta para esse efeito)... M. foi o ponto de partida para outros temas... com palavras novas, mais crescidas dando os nomes certos sem que ferisse os olhos ao ler, os ouvidos ao ouvir e os dedos ao escrever. Que não se retraissem palavras tão difíceis até aqui.
Então noto que cresci. Que sou mais fiel à essência de mulher. Livre. Então 2010 foi 1 ano de mudança para melhor, como todas as mudanças o são, mesmo quando não o parecem. Cada coisa é certa e faz sentido em alguma esfera que não é a nossa, ainda.
Enfrentei o medo da recusa e falei com M., de quem tanto gosto. Usei palavras sentidas, sem receio de parecer ridícula mas, desfiando livremente, sem eufemismos nem metáforas, o que quero para mim. Sem cobrar, sem pedir, sem,  no entando, deixar de ser objectiva.
Permiti-me estar cara-a-cara com o que sinto e renovar uma relação cuja direcção estava difusa. A minha relação com M. não acabou, mas foi renovada, redefinida. É-me difícil pensar em tudo o que se passou após ter tido esta conversa. Saber que a sua cabeça tem um outro destino para devaneios e, acima de tudo que, aparentemente, se esvaziou em relaçao a mim. Isto enquanto eu defini sentimentos numa direcção oposta. Mesmo estando consciente disto há tempos, nunca é fácil escutar em discurso directo um diálogo já existente na nossa cabeça. E é preciso ser forte para assumir e aceitar que as mudanças necessárias ocorram. 
É uma libertação, uma alteração a um caminho que ficou em obras. Se é o fm de uma via e outro caminho asfaltado pela experiência e mais seguro se estende onde este se dilui ou se apenas está em obras para reabrir com novo piso... não sei. Mas seja qual for o tamanho do troço em obras, estou disposta a seguir, não estagnar.
O que agora quero é M., pensamento imediato. Se permitir que o impulso de tal resposta passe, digo que o que realmente quero é um novo nível de relação pessoal, com segurança e assumir o desenvolvimento natural de uma ligação deste nível, alguém confiante e confortavel a esse e outros níveis. Dure o que durar, com a perspectiva de realização, maduro, sem cobranças. (não gosto de cobranças). Aquilo a que se chama compincha :)
Apesar de tudo, esta nova realidade ainda me custa, pois está tudo muito fresco. O tempo é o melhor conselheiro. O tempo e a entrega ao Universo, sabendo que só o melhor pode acontecer é a melhor estratégia para minorar o despercício de tempo precioso com questões passadas.

O relógio está sempre certo, nós é que, por vezes, trocamos os ponteiros.

Sem comentários: