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sábado, 18 de julho de 2015

Crónicas de horas vagas: "A família nao se escolhe" ou o contrário




Sou de afectos, sorriso fácil, temperamento difícil.
A minha família nuclear (sendo que ainda não fundei uma por mim), continua a ser a trindade mãe-pai-irmão (até a equipa aumentar com uma contratação matrimonial a partir da próxima época... sim, vamos passar a quadrilátero :o) Pilares onde assenta a minha existência, os primeiros a quem recorro e cujos abraços me faltam naqueles dias em que um ecrã ou telefone não bastam.

Junto deste patamar de exclusividade estão as minhas avós - a São e a Quica - com as quais cresci e me ligo profundamente por motivos mui diversos, quase opostos. Duas mulheres que admiro e ambas muito presentes na minha vida e das quais já falei cá. Acontece que, mesmo estando bem servida neste departamento, não me coibí de adoptar mais 2: a avó Bini e a D. Alice. A primeira não vejo há muitos anos, mas sei-a bem. Dona de um sorriso muito belo e olhos brilhantes, autora do melhor souflé de frango do mundo, é avó de uma prima a quem não pedi licenca para rapinar e incluir na minha cartilha de familiares fofinhos emprestados... (Agora que penso nisso, também lhe rapinei uma tia, mas já lá vamos...).
A D. Alice era amiga dos meus avós paternos, uma Senhora no mais perfeito sentido da palavra. Ser-lhe-ei grata sempre pela dedicação com que me guiou na adolescência nas longas conversas entre chás e livros, modas e (bons) costumes de tempos idos,  fomentando o meu interesse pelo clássico (tal como a minha mãe). Quase sem eu dar por isso, limou arestas que em boa idade foram ajustadas e às quais só mais tarde viria a dar o valor inteiro. Não tinha netos e afeiçoou-se a mim como a neta que lhe faltava. Era recíproco e ela sabia-o.

"Tias de sangue" tenho 2. Já tios tenho mais e, estou em crer que casaram bem, mesmo os que descasaram. Por exemplo, a tia Zi é tão estimada por todos que nem o facto dela e o meu tio se terem divorciado há 20 anos fez alguma diferença na dinâmica familiar e na ligação que temos com ela. Foi quem me deu colo e cobriu de mimos no fim de um dia mirabolante que surgirá brevemente na rubrica "Vai uma coisa parva sobre mim... vai ter de ser". Já a tia Fátima possui 1 rara combinação de irreverência e disciplina que doseia com mestria. Além disso, ensinou-me a andar de bicicleta! Há ainda as tias MJosé e a Isabel que me moram no coração, e mais duas, uma que raramente vejo e outra que é melhor não ver.
Nas aquisições pessoais tenho a tia João - amiga da minha mãe dos tempos de liceu tornou-se, conforme fui crescendo, numa amiga que também é minha, deu-me a mão numa longa caminhada espiritual. Há ainda a tia CG - a tal que rapinei a uma prima - com quem tenho uma ligação deveras especial e a única entre os mencionados a ler este post (Olá Tia!!)
Outros e outras há (amigos que passam a primos, manos a manas, poucos e bons), com elas episódios caricatos merecedores de posts nome próprio um dia destes.
"A família nao se escolhe" é, portanto, estribilho sem sentido para mim. Por um lado, angario para o meu círculo pessoal os que o são desde sempre e os que a vida me dá de presente; por outro, vou gerindo um(a) ou outro(a) que a Fortuna pôs no meu caminho como sendo de sangue para me arreliar desafiar um pouco.
O segredo é apreciar os que temos e acrescentar os que nos fazem falta até conseguir o royal flush.










4 comentários:

Afrodite disse...

Este é um post especial, tu és especial...
Merece por isso um abraço especial.... um abraço dos nossos ♥

Ricardo Santos disse...

A tua frase final é o segredo sim!

"O segredo é apreciar os que temos e acrescentar os que nos fazem falta até conseguir o royal flush."

Gostei muito do que escreveste !

Jedi Master Atomic disse...

Não é preciso que seja um Royal flush, pah. Pode ser "apenas" um straight flush :P

Pusinko disse...

Afrodite,
É de facto um pst especial. Embora deixe visíveis várias facetas minhas (nrmalmente parvas) nao longo do blog, raras vezes exponho circunstancias e pessoas reais. Mas soube-me tao bem partilhar, mesmo nao falando demais irei lembrar-me do que ficou por dizer sobre estas pessoas que adoro :)
Xi-coracao, dos nossos, claro!


Ricardo,
Obrigada :) Foi um momento bom, uma forma velada de homenagear certas pessoas que a vida me tem dado de presente. Nada nem ninguém se perde, tudo e todos se transformam.


Jedi,
Straight flush é muito bom, sim, a questao é que em podendo apontar ao melhor, por que nao o fazer? ;)