Somos todos de algum lado. Mesmo quem se intitula cidadão do mundo, é cidadão primário de algures. Pode ser onde se nasce ou cresce (parcial ou totalmente), na nacionalidade dos progenitores ou um qualquer ambiente que não escolhemos em certa fase da vida. Há um canto que é o nosso e nos está na pele, através de gostos e atitudes. Estão lá para sempre como referência de quem somos, seja porque os partilhamos ou nos distanciamos deles. Depois, bem, depois há aquele outro local onde chegamos, que nos acolhe de modo diferente. Tem o que falta nas paragens intermédias e nos é, indecifravelmente familiar. Sentimo-nos estranhamente em casa sem saber como explicar que são os detalhes que fazem a diferença e não o que a vista alcança.
Nas terras como nas pessoas, há aquelas onde podemos viver felizes muito tempo, nunca delas sair, ou passar só uma temporada. Há um amor ao qual não se foge, o 1o - a origem. Há quem more nesse amor até ao fim e quem o guarde em forma de coordenadas emocionais para gerir a(s) renda do(s) amor(es) seguinte(s). Tudo tem um preço: mudamos por necessidade, investimos numa nova terra, emprego ou coração. Nas pessoas como nas terras, o objectivo é um: sentir-se em casa (mais do que ter uma).
Das paragens que tive até hoje, só a uma chamei casa (Berlin). Das que, eventualmente, terei no futuro, ainda nao sei dizer a que sabem. Mas depois, depois há o estranho caso de Lisboa e a certeza que serei feliz lá (mesmo que só a beije de passagem 1 vez por ano e, bem somado nao tenha lá estado um mes em 31 anos).
1 comentário:
Lisboa tem uma magia muito própria ;)
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