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sábado, 3 de dezembro de 2011

As leis, as leis... as praxes, as praxes

Sou a favor da praxe. Eu fui praxada na universidade.
Diverti-me imenso, fiz amigos entre os caloiros e os "doutores". Fizemos 30 por uma linha. Todos os anos nos reunimos, por altura do Natal. Muitos com parceiros/as, crianças, maridos e esposas. Tal como antes, para gargalhar, matar saudades. Sei que  isto é raro passados 10 anos. Sei, ainda, que o oposto é cada vez mais gritante e os casos variam de mau a morte. 

Muito gostaria que os responsáveis por praxes violentas (prolongadas, sexistas, humilhantes e verdadeiros espelhos da merda que eles próprios são enquanto pessoas), fossem punidos criminalmente pelas suas atitudes. Mais ainda pelas instituições que, brandas, fecham os olhos e facilitam o delito.
Este post surge na sequência de votarem contra a proposta do BE em desencorajar a praxe violenta. Foi votado contra o miudo paraplégico na sequência de uma praxe, ou do que morreu depois da praxe da tuna, ou das dezenas que receberam tratamento hospitalar. Foi votado a favor de comissões de idiotas que se acham os maiores por fazerem parte da mobília da escola tendo cadeiras do 1o ano em atraso passados 8 anos a pastar num curso.

8 comentários:

Anónimo disse...

Eu fui praxada e praxei. À conta disso passei bons momentos e fiz amigos, pois o objectivo era esse mesmo. Mas não consigo perceber a praxe violenta desses pseudo-doutores.
Concordo quando dizes que deveriam de ser criminalmente punidos.

Beijinhos

AC disse...

Não permiti que me praxassem, nem nunca praxei, sou contra as praxes.Acho humilhante penicos na cabeça, e pôr-me de joelhos e o diabo a quatro quando não quero fazê-lo...mas isto sou eu claro!
Agora, eu sei que há praxes e praxes....mas no geral são muito más:)

Miguel. disse...

Eu pertenço a uma comissão de praxe e nunca reprovei nem tenho cadeiras em atraso.
Quando entrei para o ensino superior tinha uma ideia errada da praxe, que depressa se dissipou quando me mostraram o que é o verdadeiro espírito académico. Por isso é que me custa ouvir/ler pessoas a falarem mal da praxe sem conhecimento de causa, apenas pelas ideias pré-concebidas.
Não posso dizer que tenha tido uma praxe leve, porque não tive, mas nunca ninguém passou do limite que eu tinha estabelecido, caso contrário eu resignaria-me.
Foi, sem sombra de dúvidas, o melhor ano enquanto estudante e, por isso, é o que tento transmitir aos meus caloiros, sem quebrar a tradição mas nunca passando do limite, tanto eu como os restantes elementos praxistas.

Malena disse...

Sou anti-praxe. Confesso que prefiro outras formas de convívio e de fazer amigos.
Ainda há um tempo vi um grupo de raparigas, com um feliz, tendo pendurado no pescoço um cartaz a dizer: Sou uma vaca!. Enfim!

Pusinko disse...

Joana: concordo em tudo. Punição severa.

AC: É a tua opinião e fico contente que saibas que as há toleráveis, divertidas para quem entra na onda, e as que passam alguns limites... ou todos.

MD: Vamos ver uma coisa: eu sou a favor das praxes. Fui praxada, praxei e pertenci à comissão de praxes do meu curso. Voltei a vestir o traje já na recta final, quando o meu irmão entrou para a universidade só para ver como se portavam no curso dele com os caloiros.
Eu tenho conhecimento de causa. O meu envolvimento académico é mais longo que o teu, pois acredito que estarás a acabar o curso. Eu não tenho ideias pré-concebidas, testei muitas delas no curso base. Conheci palermas a praxar, idiotas, imbecis e delinquentes. Assim como conheci gente normal, gente que adora divertir-se ou outros mais calminhos que vão arrastados na brincadeira e passam bons momentos.
Eu vivi uma praxe saudável, mas intensa, tive praxe 24h entre outras. Quem me praxou está hoje entre os meus melhores amigos, assim como alguns dos que entraram no mesmo ano de caloira.
Referes algo MUITO importante e passo a citar: "nunca ninguém passou do limite que eu tinha estabelecido, caso contrário eu resignaria-me."
No meu entender entra aqui o aspecto da vontade própria e respeito por si próprio. E depende de cada 1 os limites que se impõe. Eu tinha os meus.
O meu grupo de praxe tentou repetir a boa onda com os caloiros e, passados 8 anos há essa ligação entre alguns.

Agora, nem eu, nem tu, nem ninguém precisa fechar os olhos ao facto de haver criminosos e reprimidos a praxar. SAberás histórias, eu sei de umas, outras li nos jornais da época e agora. Sei de alguns casos de abuso. Não conheço ninguém que tenha ficado seriamente magoado. Mas há limites e são muitas vezes ultrapassados. Porque uns tentam, porque outros deixam.

Há quem seja totalmente contra como a AC e a Malena aqui. Eu sou a favor das praxes, da memsa forma que sou a favor de punições exemplares a quem causar males maiores a um caloiro. E mais, não se permitiriam protecção dos malandros, porque toda a comissão seria castigada se não entregar o/os responsáveis, como nessa história muito mal contada da tuna.

Posto isto, acredita que eu não só vivi bem esse mundo, como o apoio. Dentro de limites muito claros.
Ahhh, a cena das cadeiras em atraso é das comissões de veteranos, cardeais e o camandro. Não me referi às comissões de praxe. Desculpa se induz por aí.



Malena: E há outras formas de convívio :) Felizmente.
Eu tive uma experiência tão boa que me trouxe pessoas tão preciosas e tantas horas de diversão e maluqueira, que gosto do espírito e apoio. Jamais alguém me verá de pijama na avenida central, ou roupa do avesso a cantar parvoices.
Naquela altura tinha arritmias comf requência. O facto de haver alguém da praxe destacado para estar de olho em mim, significou muito.

Pusinko disse...

E beijinhos a todos. Agradeço as vossas opiniões. :)

Este post é sobre o chumbo da proposta de alteração da permissividade das praxes violentas. Não das praxes em geral.
E isso lamento que o governo tenha chumbado. :(

Paula noguerra disse...

Há brincadeiras e brincadeiras... o problemas é quando se desconhecem os limites... e isso não é correcto!

Stargazer disse...

Eu também fui praxada e também ajudei a praxar nos meus anos de faculdade. Nada contra!

Penso que o que acontece é que as praxes foram atingindo um grau de tal modo estupidamente degradante que hoje em dia há universidades onde os caloiros têm medo físico de ir na primeira semana de aulas. Isto apenas reflecte a sociedade podre, de valores alterados em que vivemos.

Sou a favor das praxes dentro do contexto da Vida académica, mas não sou a favor a violência e sobretudo do uso e abuso do poder (porque de nada mais se trata) onde um bando de psicopatas frustrados desejosos de consideração social tenta sentir-se importante ao humilhar os outros.

E penso ser ainda mais doentio o facto de não lhe acontecer nada, porque como é obvio, cada vez mais tendem a ser ultrapassados os limites!

Por outro lado isto reflecte também um país onde qualquer gato pingado que se queira sentir gente precisa de um canudo e onde pessoas sem qualquer formação moral acede ao ensino superior, podendo então aí exercer a força e o poderio como sentimento de valorização pessoal!

Bom tema este teu!!!