Gosto da last.fm. Gosto de ouvir música de um género à minha escolha e ser surpreendida por uma playlist inesperada. Quando uma música passa, podemos fazer clic no coraçãozinho lá do canto e amar essa música. De imediato, o coraçãozinho começa a saltitar na nossa lista, porque amamos. E, da mesma maneira, pode-se "desamar" com um clic (opção unlove). E seguimos em frente, amando outra(s mil) melodias. E aquela deixa de ter coraçãozinho em evidência, sem memória de ter sido amada.
Na vida, o coração também é posto em evidencia quando amamos. Ali fica, vermelho e vibrante a amar. Exposto a tudo, é tão mais belo quão mais ao natural se apresenta, um esplendor palpitante que só ele. De uma delicadeza só comparável à força que lhe é intrínseca e que está no sangue vermelho e vivo projectado longe, quando se corta a artéria principal. Por vezes sentimos falta de um botão de UnLove na vida. Para estancar mais depressa. (E porque as nódoas de sangue são o cabo dos trabalhos para limpar. Tantas vezes, quando parecem limpas... ao acender uma luz negra lá estão elas).
E depois? Nao é importante o processo que conduz ao novo estágio de nós mesmos? Nao está muita da aprendizagem nas dificuldades e nos pantanos a atravessar? Não sabe melhor o cume da montanha desconhecida depois de a escalar (e aprender a amar)?
Se calhar há uma razao para esse botão não estar incorporado em nós. A Natureza sabe o que faz. Por vezes, nós é que não.
Na vida, o coração também é posto em evidencia quando amamos. Ali fica, vermelho e vibrante a amar. Exposto a tudo, é tão mais belo quão mais ao natural se apresenta, um esplendor palpitante que só ele. De uma delicadeza só comparável à força que lhe é intrínseca e que está no sangue vermelho e vivo projectado longe, quando se corta a artéria principal. Por vezes sentimos falta de um botão de UnLove na vida. Para estancar mais depressa. (E porque as nódoas de sangue são o cabo dos trabalhos para limpar. Tantas vezes, quando parecem limpas... ao acender uma luz negra lá estão elas).
E depois? Nao é importante o processo que conduz ao novo estágio de nós mesmos? Nao está muita da aprendizagem nas dificuldades e nos pantanos a atravessar? Não sabe melhor o cume da montanha desconhecida depois de a escalar (e aprender a amar)?
Se calhar há uma razao para esse botão não estar incorporado em nós. A Natureza sabe o que faz. Por vezes, nós é que não.
(Hoje tem 20 linhas. Nao me apeteceu encurtar)
11 comentários:
Até me custa fazer este comentário parvalhão, quando o assunto é sério e o texto tão bem escrito, mas assustas por querer limpar tão bem manchas de sangue por causa das luzes negras...
Sabia bem ter esse botão, mas ainda bem que não o temos pois é assim que crescemos.
beijinhos
Mama Zebra: Sabes que não deixo de ter a sensibilidade de um rinoceronte, mesmo quando sinto mesmo o que escrevo e escrevo com seriedade, como nesta crónica.
O que em vale, é que no meio deste pedregulho literário, foste evidenciar o que deixei em letras pequeninas a disfarçar. És uma facínora!
Joana: no fundo gosto de não ter botão de unlove. Senão perdia metade da vagem. Ou mais. Estancava tambéma evolução e capacidade de amar mais e crescer :)
Beijinhos a ambas e duas :o)
Facínora é vossa excelência, que eu nunca me preocupo com manchas de sangue, muito menos com luzes negras, e já vi muitos CSI's para saber o que essa preocupação significa! ;)
Mas eu também disse "texto tão bem escrito" e tu, pufff, ligar a isso, népias!
Mama Zebra: eu confesso que a palavra se me afigurou na cabeça e queria gastá-la de alguma forma...
E sim, eu reparei nas palavras simpáticas dirigidas à crónica de várias linhas :)
Obrigada
Beijinho em vocemessê
Love you
Há dias mais fáceis que outros... Mas quando é Amor vale a pena o risco. Ingenuamente, talvez, achamos que o do Momento é Aquele.
Força amiga!
Beijinhos
ps-gostei muito deste post
Pink: love you too :)
Isis: Há dias menos fácis, é verdade. O rsco é uma coisa complicada de gerir. Os saltos no desconhecido. entrega-se ao Tempo, esse grande senhor, e deixamo-nos guiar pelo espontâneo, o que vier...
ps: obrigada :)
Beijokas a ambas
Depois de ler estes comentários fiquei simplesmente sem mais nada para acrescentar. Gostei muito desta crónica. Muita razão. Dizem.
Ana: Ir ao sabor do vento é uma ideia muito melhor doque lutar contra a natureza. Ando a deixar-me ir e saborear a viagem :)
Desprender por apegar. Não sei. Tudo domeçou com o raio do botão de Love e UnLove da rádio online que ouço :)
Beijinhos
Pusinko,
As manchas e as nódoas negras da Alma fazem parte da aprendizagem. O luto é um processo normal de quando se faz "reset" ou se carrega no unlove (que infelizmente nem sempre obedece ao timing da nossa vontade).
Mas há um dia em que acordamos e de repente nos sentimos mais leves. Reparamos então que mesmo sem botão, e obedecendo ao timing que o Universo dita e não a nossa voltade, o status "unlove" está instalado. É aquela sensação maravilhosamente tranquila em que olhamos para trás e vemos um filme, como espectadores, e já não como protagonistas.
Beijo no limelight da emoção,
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