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sexta-feira, 22 de abril de 2011

Vai uma coisa estúpida a meu respeito? Vai ter de ser

É longa porque eu escrevi uma peça de teatro marca Raskov. Mas pelo menos é 1 obra E toda minha.  xD

A aventura no metro


PERSONAGENS: 
Pusinko (a autora da façanha)
Irmão da Pusinko (na sua visita anual)
Primo (da Pusinko e do irmão, dahh)
Sr. Condutor do Metro
Figurantes para barulho de fundo

Localização espacial: capital (e das boas) onde resido
Localização temporal: o querido mês de Agosto (sim, como na canção do Dino Meira)
Coordenadas específicas: numa estação longe de vós

ACTO I 
CENA I
(Sentados nos bancos da estação, os 3 artolas (Pusinko, Irmão e Primo) debitam parvoices à vez. Pusinko entrega as chaves de casa, telemovel e carteira ao irmao para ajeitar uma vinca qualquer no vestido e não mais pega nelas, entretida que estava na conversa)

CENA II
(Grande plano do aviso luminoso em estrangeiro que Pusinko traduz correctamente em voz alta para os seus convidados)
Pusinko: POR FAVOR NÃO ENTRAR NO PRÓXIMO METRO. Só no seguinte. 
(Irmão e Primo anuem com  cabeça e continuam em amena cavaqueira)

CENA III
(A conversa é cortada pela chegada do metro e todos os passageiros a sair. O condutor passa revista às carruagens e entra na cabine para prosseguir viagem.
Antes de fechar as portas, Pusinko, levanta-se de um salto e decide confirmar que aquela sombra que viu não era algum incauto que não tinha saido.  Entra na carruagem e a portas fecham.
A cena termina com Pusinko de cara colada ao vidro a soltar impropérios que o irmão e o primo nao entendem (mas imaginam). Ouvem-se gargalhadas jocosas ao fundo - os palermas dos figurantes)

ACTO II
CENA I
(A viagem demora meia estação (1 minuto) e o metro pára na estação-de-serviço dos metros para fazer um 1 soninho.
Pusinko guincha, berra e apita que não tinha como sair. Aqui d'El Rey e bate nas janelas sem parar.
De súbito as portas destrancam e Pusinko põe um pé fora da carruagem e dá de caras com um indivíduo alto, magro, cabelo lambido de uma gosma qualquer, bigode farfalhudo e um olhar a fazer rastreio de alto a baixo e meio sorriso. É o Sr. Condutor)

Sr. Condutor: Olá Menina. O que faz aqui? (continua no seu olhar esquizóide) Não viu o aviso? (E sorri com ar de quem bate muito mal)
Pusinko: Eu... eu vi...  não sei, foi sem querer e ahhh de repente fechou... (nisto Pusinko repara que a estação está mesmo ao pé pois ainda se vê luz)... Eu estava ali com o meu irmão e o primo. São grandes eles. E maus. (Passa as mãos nos bolsos que não existem e na bolsa que ficou com o irmão no banco e aprecebe-se que não tem meios para comunicar)
Sr. Condutor: Sim...claro... (mantém o olhar de scanner de aeroporto)
Pusinko: Estão ali... (e desata a berrar) IRMÃAAAAAAAAAAAAOOOO!! PRIMOOOOOOOOOO
(Pusinko lança olhares ao túnel sem saber se deveria sair dali a correr. 
Temendo ser passada a ferros pelo próximo metro, controla-se)
Sr. Condutor: Menina! Menina! Vai ter de entrar na carruagem e aguardar. (Um sorriso suspeito enquanto cofia o bigode fazem Pusinko arregalar os olhos com desconfiança)

CENA II
(Dentro da carruagem, passam-se 2 minutos e Pusinko mia, guincha, palra e pede socorro
O microfone é ligado e a voz com uma gargalhada contida do Sr. Condutor ecoa na carruagem)
Sr. Condutor: Menina! Por favor aguarde um pouco. (o riso contido ultrapassa o conforto de nao ter sido esquecida, apesar do berreiro).
(Pusinko tenta puxar a alavanca do alarme.
Novamente a voz irrompe no compartimento)
Sr. Condutor: Mantenha-se calma nos próximos minutos e tudo correrá bem.

ACTO III
CENA I
(Entre 2 suspiros os motores ligam e em poucos segundos o metro desliza em direcção à luz
Repete-se a imagem inicial: Pusinko com as mãos no vidro surge no outro lado da plataforma. 
O irmão e o primo olham ansiosos para Pusinko,  e desatam a rir.
Pusinko sai e dirige-se ao Sr. Condutor.
Pusinko:Ohhhh............ muito obrigada Sr. Condutor. Desculpe o faniquito. Foi tudo tão rápido... eu, nem sei...
Sr. Condutor: Não é todos os dias que acontece de facto. Está melhor? (E sorri muito mais simpático)
Pusinko filosofa com o seu bonito decote se o Sr. Condutor não teria feito de propósito para gargalhar um pouco à sua custa. Mas isso não mais interessa. Volta para junto do irmão e do primo para eles poderem mandar piadas parvas e gargalharem os 3 até altas horas da noite. Que, de resto, era o normal quando estavam juntos.
(Saem de cena juntos e divertidos com o momento de paródia vivido)
 
 FIM

Notas
O Primo Tano é um querido e de grande estima da Pusinko. :D
Foram umas férias maravilhosas com eles. Duas semanas e meia a aparvalhar e sempre felizes.
O episódio é verídico e aconteceu como relatado.
Poderia ter sido resumido a meia dúzia de linhas mas, no seguimento de uma directa, a
imaginação é muito fértil e permite momentos de comicidade e parvoice elevadas. Especialmente para quem lá esteve e assistiu ao stress todo :/    A quem lê não tem tanta graça mas partilho na mesma.

Exercício: Descobrir a palavra que completa a expressão portuguesa que se segue:
"Ah e tal, isso é uma _________ em 3 actos"(não me desiludam ao acertar porque isto deu-me trabalho a fazer)

24 comentários:

Pink Poison disse...

Ok... que bela aventura... Gostei muito do confronto com o senhor do bigode...
Olha e o ocnvite que te fiz? o que dizes?

Pink Poison disse...

Gostei muito, foi hilariante, em especial o confronto com o senhor do bigode... Demais! É muito bom estarmos ocm pessoas que sabemos, à partida, que irão acontecer coisas incríveis.
Em relação ao convite que te fiz? Aceitas?
beijos e boa Pascoa!

Unknown disse...

hehe. mas porque raio foste entrar no metro sabendo que não podias?
de qualquer modo, já lá dentro, não irias a caminho de Marte... tudo se resolveria...
bjka

Pusinko disse...

pink: Obrigada! Ainda bem que gostaste! Foi 1 momento de paródia!
Quanto ao convite, não publiquei porque tinha dados pessoais, mas li e guardei o contacto. Eu estou in! Obrigada por convidares.

Beijooo e boa Páscoa!

Pusinko disse...

António Branco: foi um impulso... não soube explicar, mas rimos tanto tanto no fim que valeu o susto. Foi a situação em si com 1 tipo esquisito, sem meios de comunicação e saber que o meu irmão e primo estavam à distancia de um berro...
É uma história para os netos.


Beijinhos

Anónimo disse...

Bem, pior que isso, e parares junto a uma paragem de autocarros, entrar-te no carro uma senhora com uns óculos tipo cu de garrafa e dizer...

"porra Pedro estava a ver que nunca mais chegavas...estou aqui há horas...vamos lá embora que o António está à nossa espera"

-___-


conclusão: eu não sou Pedro, não conhecia a senhora de lado nenhum...(ela era quase cega)


ps: a partir deste dia o fecho central de portas está sempre activado hahahahahahahahaha


mas a tua história é boaa...dasssss!!!

Pusinko disse...

Lost Soul: Isso só não me acontece porque eu não conduzo, mesmo tendo carta...
Mas também tiveste uma aventura e tanto :D Pedro ahahahah
Coitada, a senhora também deve ter ficado assustada/envergonhada ao reparar que era um estranho.
E mesmo com gente de má índole e o aumento de assaltos, é o melhor que fazes travar o carro.
A minha aventura valeu o gozo pegado de toda a gente... e merecido. Eu sou impulsiva também a fazer estupidez(es) várias.


Beijoo

Ísis disse...

Fartei-me de rir! Sua maluca :)

Pusinko disse...

Isis: No estado mental em que escrevi este relato, ainda bem que faz rir :D
Foi preciso recordar os autos do Gil Vicente para aplicar o formato do texto. Portanto envolveu pesquisa e tudo... Ahahahah
As directas dão-me para interesses estranhos tipo expressão literária dos séculos XV ou XVI

Beijnhos

who's yo' mama?! disse...

"A quem lê não tem tanta graça". O quê?! Eu achei hilariante! Principalmente por me mostrar que não sou a única a passar vergonhas ;)
E foi muito melhor escrever assim do que "em meia dúzia de linhas".

Quanto ao exercício, eu aposto em "coisa", mas assim como assim, não estou muito confiante...

Pusinko disse...

who's yo'mama?!: lol Então imagina o gargalhar que foi no fim............
Não não... tenho mais coisas estúpidas a meu respeito algures no blog nas peculiaridades. Por isso não te sintas só no mundo hilariante das vergonhas sociais :)

"coisa" não é. normalmente diz-se em tom depreciativo que alguém fez algo com resultados fraquinhos. Mas começa por "c".
E até agora foste a única a tentar resolver a questão. Só isso já conta!

Beijinhos

who's yo' mama?! disse...

Hei-de ler as mensagens desse marcador, então! ;)

Vou apostar então em "caca". Eu, pelo menos, quando faço algo que sai fraquinho digo que é uma caca. Mas continuo sem convicção nenhuma. Só me aquece por dentro o facto de saber que o "tentativa-erro" é um dos métodos científicos mais fiáveis nos dias que correm...

Pusinko disse...

Podes ganhar alguma convicção! Já esteve mais longe. :)
Por tentativa-erro, mas sempre na direcção certa!

who's yo' mama?! disse...

Caneco, mulher, estás-me a deixar o Tico e o Teco doidos! ;)

Vou-me ver forçada a pensar nisso com muito afinco, que agora estou curiosa! Afinco esse que não surge quando quero... Mas voltarei, nem que seja para dizer outro disparate qualquer :D

Pusinko disse...

Who's yo'mama?!: é família de palavras... :p
Volta quando quiseres! Para disparatar estamos cá sempre :D

Unknown disse...

quanto ao exercício... eu conheço a expressão... pelo que não me meti...

Pusinko disse...

António Branco: Obrigada :)
Realmente lembrei-me da expressão popular porque quando dei por ela, tinha 3 actos esta peça ahhaha

Anónimo disse...

Oh meu deus, que maluca!
Ri-me tanto!! Fizeste-me lembrar umas histórias que ja aconteceram comigo.. talvez um dia destes publique alguma ahahah
beijinhos**

Pusinko disse...

às 27h no meu blog: :D
Publica publica que eu lá irei ler e gargalhar!

Beijinhos :)

Paula noguerra disse...

Os meus parabens!

Uma beijoca doce***

Pusinko disse...

Paula NoGuerra: Obrigada :)
amanhã ou depois a gente encontra-se no outro cantinho!

Beijinhos!

Unknown disse...

Aahhh! Finalmente escreveste a peça! Muito bem! Vamos adaptar para fazer uma curta? :D

Pusinko disse...

José: Sim, está feita. Curta? Bora!!! xD

who's yo' mama?! disse...

Voltei!
Consegui, neste interregno, pensar (às vezes) no exercício, sem resultados à vista. Até cheguei a pedir a ajuda do público mas nem assim... Vou pois apostar em "cena" mas só para não desistir sem mandar mais uma patacoada para o ar ;)