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segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Vai uma coisa parva a meu respeito? Vai ter de ser... O cházinho


Corria o ano de 2000 e tal. A escassos dias do Natal cheguei a uma cidade pertinho de Lisboa onde me mora um bocado do coração e visito anualmente. Chegada que estava de outros paralelos, nada se me afigurava melhor do que um jantar em excelente companhia e um brinde em família a celebrar mais uma reunião.
Vamos ao restaurante do costume onde o tempo (n)os fez parte da casa, a convivência criou laços e sabemos com o que contar. Somos recebidos pelo sr. António, esse querido benfiquista que aponta a preferência clubística como único defeito desta que vos tecla (e parece aquele tio que só se vê no Natal e nos aperta as bochechas enquanto diz que grandes estamos quando deixámos de crescer há mais de 1 década), sorri e acompanha-nos à mesa.
Vai dispondo acepipes enquanto se inteira das bebidas de cada um. Estou distraída enquanto os outros pedem. Quando dou por mim atiro "vamos num tinto alentejano para este dia de Inverno?" O casal ao meu lado havia pedido refrigerantes pois que ainda havia trabalho pela frente, a senhora minha tia ficou-se por um chá e a parvinha de serviço fica a olhar sem saber que era a última a fazer o pedido. Cinco silenciosos segundos depois olho para o sr. António e digo que sumo de maçã também está bem, vinho àquela hora pode nem cair bem, que me parece melhor e não, não me apetecia ter uma garrafa (mesmo que pequena) só para mim na mesa, noutro dia sim sr. António?
Só que não. O sr. António achou que se a menina queria um vinho do nosso devia beber vinho do nosso, até porque lá na terra da Merkl não há boas castas e toda a gente sabe disso.  Olhe que não sr. António, isso das castas até é certo para vinhos tintos ao meu gosto, mas a menina não quer muito, era só para acompanhar o prato, deixe estar... A menina deixe isso comigo que eu já vi tudo. E vai à vidinha dele, resolvendo emergências nas mesas por onde passa.
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Volta pouco depois com um sorriso mal disfarçado. distribui bebidas gaseificadas, chá de algo saudável à tia e piscando o olho diz "e o cházinho da menina".




Um chá alentejano, naturalmente. Acompanhado de boa comida e muitos risos. Como sempre nestes reencontros. E não, não foi a única parvoíce neste local. A outra fizemos sem ajuda do sr. António.



3 comentários:

Ricardo Santos disse...

Muito bom esse chá e uma história engraçada do teu quotidiano !!!

Afrodite disse...


Nem imaginas a gargalhada que dei ao olhar para a fotografia!
Esse, pela cor, nem se pode dizer que é chá (de parreira) sem vapor!!
Ah, já sei... é sumo de frutos vermelhos!!!

:D

A outra parvoíce não se pode contar, é?
É que agora aguçaste-me a curiosidade!!

Beijocas docinhas
(^^)

Pusinko disse...

Ricardo Santos,
Por acaso era uma boa pomad... um bom chá, sim senhor.
Sim, o meu quotidiano está cheio de momentos deste nível :)

Afrodite,
Quem viu o conteúdo, sabia do que se tratava. O Sr. António só garantiu que ninguém em mais nenhuma mesa sabia que o cházinho vinha à temperatura ambiente e era rico em taninos e etanol :D

A outra parvoice pode contar-se com certeza, mas, uma parvoice de cada vez! Onde pensas que vai parar a minha reputação se cada vez que escrever um post for para contar um momento totó da minha vida? No entanto, é isso que vaia contecer não tarda. e, prometo que o próximo post desta rubrica será a 2a história passada neste restaurante catita!

Beijão a você lalalala