Páginas

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Crónicas de 10 linhas: Já fui feliz aqui... com outro.


Como é voltar a um sítio onde vivemos momentos especiais com outra pessoa? 

Não sou pessoa de desligar memórias.  Estive em Praga duas vezes a 1a com o M. e, 2 anos mais tarde, com a Marinnen - amiga de muita e boa galhofa. Descobrimos coisas e fizemos programas diferentes, mesmo repetindo monumentos e ruas. O contrário também aconteceu: a 1a ida a Barcelona foi uma viagem de trabalho, seguida de uma semana em Portugal e nova paragem em Barcelona para namoriscar antes de voltar a Berlin. 
Se lembranças de momentos com a Marinnen ou colegas da empresa são geniais e inofensivos, já as vividas em clima de romance ido, terão mais que se lhes diga. São um turn off quando vamos de mão dada ao romance actual (talvez O tal). Ou não? 
Não sei, nunca me aconteceu. Melhor não falar disso. E com a boca fechada quem pára o pensamento, o turbilhão que nem sempre desliga quando se quer? E não venham com balelas que quando se está apaixonado não se pensa em outras pessoas. Não se pensa com desejo ou até saudades dessa pessoa, agora a menos que se faça uma lobotomia pequenina, quaquer trigger pode trazer ao consciente um momento bom, passado e catalogado, mas vivido com outra pessoa nesse mesmo sítio.
Posto isto, pergunto-me se poderei voltar a uma data de coordenadas porque "já-fui-feliz-aqui...mas-com-outro-e-aqui-d'El-Rey-que-agora-se-me-misturam-recuerdos?" O que vale é que o mundo tem muito que visitar.  :) 
Por essas e outras é que vou a Paris com a Marrinnen e os meus pais. Fica a visita à cidade do amor com amores que nunca morrem em nós. 


O título é adaptado de uma rubrica da Mac, das poucas bloggers com filhos pequenos, que fala  sobre eles volta e meia e não me cansa. Gosto-lhe da escrita e do humor.






8 comentários:

Shinobu disse...

o facto é que qualquer lugar pode ser recordação de um amor passado no futuro, portanto é melhor é tentar nem pensar muito nisso .

Anónimo disse...

Quando passamos momentos com amigos, namorados ou familiares e esses momentos ficam guardados na memória pelo bem que nos souberam, é inevitável quando voltamos a esses mesmos lugares não nos lembrarmos desses momentos. Mesmo que sejam momentos passados com um ex. e estejamos acompanhados pelo actual namorado. As recordações são isso mesmo. :)

Beijinhos

noiseformind disse...

Em primeiro o robalo não se come ás postas. Se é pequeno é escalado, se é grande é assado inteiro. Duuuuuuuh... qq pessoa sabe isso...



Em relação ao post... n percebi. Há cidades que gostamos e é perfeitamente normal que acabemos lá algumas vezes por ano, seja com quem for que nos rodeie na altura. A isso chama-se "um ser humano adulto e mentalmente são" porque gosta de sítios e quer que outras pessoas fiquem a conhecer esses sítios, independentemente de terem estado nesses sítios antes, porque resolveu as questões afectivas das suas relações passadas, vulgo não tem esqueletos no armário.

Um exemplo que me é muito querido é Barcelona. Vou lá pelo menos 6 vezes ao ano, raramente com as mesmas pessoas. De todas as vezes faço questão de visitar o Parc Guell, de todas as vezes faço questão de beber uma horchata de chufa no Cristale's Cubano e normalmente fico no mesmo hotel, o humilde AC Barceló junto à famosa estação de comboios/autocarros.

Só uma mente muito retorcidamente monogâmica, ou que considera ter tido mais do que "um grande amor" (seja lá isso o que fôr) um erro e tenha sentimentos de culpa em relação a esse passado pode culpar sítios que adora pelo desenrolar desse mesmo passado.

Coloco este tipo de reflexão na mesma categoria daquelas reflexões em que se pondera se se deve falar ao companheiro actual de companheiros passados, como se de alguma forma nos revirginassemos cada vez que começamos uma relação.

Anónimo disse...

Nem seríamos humanos se locais onde vivemos determinadas emoções não nos despertassem recordações da pessoa com quem as vivemos. Já me aconteceu uma coisa muito estranha com um cheiro (que toda a gente sabe consegue evocar a recordação mais enterrada do mundo...). Andava a sair com um rapaz que, volta e meia, usava o mesmo perfume de um ex. A primeira vez que isso aconteceu, o meu coração disparou de tal maneira quando senti o cheiro que pensei que estava a ficar maluca. Nunca me tinha passado pela cabeça que fosse possível tamanha reacção. Até porque não lhe associava nenhum cheiro em particular, nem tinha recordação do perfume.

Pusinko disse...

DPereira,
não penso muito, mas explorei a ideia para este post.


Joana,
Eu não condenei de todo as recordações, só me pergunto o que sentiria ao estar em locais particularmente especiais.


noiseformind,
O post não se refere a cidades de que gostamos em geral, mas a qualquer local associado a um momento marcante do passado amoroso revisitado em condições semelhantes. Não é preciso ter esqueletos no armário para activar o hipocampo e muito menos se deve atribuir culpas a amores idos ou coordenadas geográficas de estimação. Trata-se de uma reflexão de caracter fisiológico abordada de maneira superficial para ocupar poucas linhas.


Ana B.
Há triggers muito subtis para memórias totalmente catalogadas. :)
Há aromas que associo a certas pessoas e iria estranhar se um namorado usasse o mesmo perfume de um ex ou algum amigo próximo. Talvez por ser algo em que presto atenção ou por várias pessoas na minha vida serem fieis aos mesmos perfumes há anos e não lhes conhecer senão um.


Dreamcatcher disse...

Uma das cidades que quero conhecer...

beijo

Pusinko disse...

Dreamcatcher,
Paris, Praga ou Barcelona?
Do que te conheço, do que me conheço, sei que ias apreciar Praga ;)

Beijoo

Paula noguerra disse...

Eu vivo isso muito agora que regressei á Bélgica... mas na maior parte não são boas recordações... e é isso que tenho pena :s

Mas é uma grande verdade o que aqui descreves.

Beijo doce xxxx