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segunda-feira, 12 de novembro de 2012

O que a música faz de mim, e nao eu dela



Uma das razões pelas quais gosto de ouvir metal (antiguinho, de preferência) é porque consigo entrar facilmente num estado de espírito combativo e motivado para trabalhar, sem me distrair com pensamentos melosos ou memórias de tempos idos, da menina com mais disponibilidade, que podia praticar qualquer desporto e fazia coisas que hoje, infelizmente, não posso.
Quando todos os abraços estavam a minutos de distância.
Quando ia ao quintal buscar fruta boa sem bichos maus.
Quando o sol brilhava (quase) todos os dias.
Quando me  entretinha com paixonites por rapazes giros.
Quando as férias eram de areia, sargaço e mar tantos dias seguidos.
Por estas e outras gosto de heavy/trash metal e clássicos (italianos e alemães, especialmente). Levam-me para fora dessa meladice que consome a alma em momentos. Uns chamar-lhe-iam saudades, outros medo do que vem aí. Nenhum destes tempos verbais me convém. Apenas o presente. Estes estilos de música tão díspares (serão??) definem um ambiente racional, eficaz. Sou menos temperamental e mais eficiente. Acresce-me vontade de ir mais além quando as forças abrandam. Nao ligo a autores, letras nem bandas nesses momentos. Ligo à nota que me levar a estados alternativos e conduzir à realidade que quero que seja a minha. Com muitos decibeis.

Sou uma mistura de não sei bem o quê. Por vezes, tímida. Talvez por isso, sarcástica. Jogo à defesa quando conheço alguém. Sou a que usa ganchinhos em forma de borboleta no cabelo e que vai fazer um curso de tiro em breve. A que nunca vai poder fazer bungee jumping, mas mete as maos em caca que não lembra a muita gente. A que desfaz nós em fios de ouro, cordeis, tirinhas durante horas e fica impaciente com um bolo no forno. A música equilibra-me a disposição. Busco-a quando preciso. Posso estar bastante tempo sem a procurar. Mas sei que está lá e que playlist usar em cada momento.


11 comentários:

Afrodite disse...

Gostava de ter essa tua força de te conseguires "alienar" na música para te sentires forte.
Eu sou lamechas... e não aguentaria o que tu aguentas, quer pela distância, quer pela enorme exigência a nível profissional.

Eu também tenho saudades de ir ao quintal buscar fruta madura à árvore... não porque esteja a 2500 km de distância mas porque a vida modificou a realidade que conheci em criança.
De vez em quando entrego-me a essas recordações... e a música ajuda-me mais a lembrar do que a esquecer.


Beijinhos melodiosos
(^^)

Anónimo disse...

A música faz parte de mim. Não consigo viver sem ela. No entanto, heavy/trash metal não consigo ouvir. É demasiado barulho para os meus delicados ouvidos que são mais adeptos de músicas calmas e envolventes.

Beijinhos

Flow disse...

Percebo perfiatmente o que queres dizer :)

Malena disse...

Idem. Idem. Idem. :)

Adoro Metal! :)

Malena disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Jedi Master Atomic disse...

Então quando mexeres em caca avisa depois quando me vieres cumprimentar :P

Aflito disse...

Clássicos alemaes mete scorpions? :|

Dreamcatcher disse...

Como te percebo...se percebo!


beijo

Pusinko disse...

Afrodite,
A distancia vive-se, ao todo, há 7 anos... uma pessoa habitua-se, mas tem alturas mais delicadas. Ou disposicoes menos favoráveis à concentracao.
Eu também tenho músicas para lembrar. E estas músicas para gerar atitude racional e limpar, também elas estao cheias de memórias, mas é o estilo de música que me dá a disposicao, o ritmo, o tom, a agressividade e docura ao extremo. Hoje é clássico. Os tipos, já naqueles tempos gostavam de emocoes fortes :)


Joaninha,
Heavy e trash metal nao sao os extremos... mas para mim sao o ideal em certas ocasioes. Death metal e afins já nao me puxa.
Noutras alturas entretenho-me com melodias mais calmas. Mas nao quando preciso e pujanca e atitude. Aí só heavy e clássico :)

Flow,
Olá! Este post foi mesmo para expressar a minha relacao com a música e a necessidade que tenho dela em certos momentos.

Malena,
Sim? Nao sei, mas nao esperava que gostasses. As ideias que fazemos dos bloggers à nossa volta. Acho que te imaginava mais Soul (que também gosto muito), mas nao tanto Metal. ahah

Jedi,
Foi uma forca de expressao... (com cedilha)
Nao há medos. Cumprimentar-te-ei de maos bem limpinhas.

Aflito,
Bem, aos 14 anos, era capaz de incluir os Scorpions, adolescentes sao dados a parvoeiras do género. Mas estava a referir-me a artistas alemaes nascidos e falecidos antes dos avós dos Scorpions :) E vai daí, os scorpions existem desde 1630 e tal ou, pelo menos, parece.


Dreamcatcher,
Eu sei que percebes... conheco-te alguns gostos musicais, e gosto tanto (tu sabes).



Beijokas a tutti!

Malena disse...

:) Soul, também... E jazz... E rock and roll... E prog rock... ;) Ah! E clássica... ;)

Pusinko disse...

Malena,
A nossa playlist deve ter muita coisa em comum :)