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terça-feira, 21 de junho de 2011

Gente que gosto (muito): Benazir Buhtto


No dia 1o de Verão (hoje), faria 58 anos uma mulher extraordinária!


Política paquistanesa, duas vezes Primeira Ministra do seu país e a primeira mulher à frente de um governo num estado muçulmano!

Filha mais velha do político e (também) Primeiro Ministro (1971-77) Zulfikar Ali Bhutto, Benazir estudou Arte em Harvard e, mais tarde, seguiu Ciências Políticas e Filosofia em Oxford, completando cadeiras à parte em Direito e Diplomacia.  O inglês era, aliás, a sua 1a língua.

O interesse na política era evidente na vida desta mulher mas, terá sido o facto do seu pai ser destituido do cargo de PM num golpe militar em 77 e condenado à morte num tribunal marcial (79) que lançou Benazir na luta contra o regime instaurado.
Nesses 2 anos foi presa 7 vezes, uma das quais em solitária, numa zona árida no pico do Verão a que se seguiram meses no hospital. Em 1984 consegue exilar-se em Londres. Sucedendo à mãe, tornou-se lider em exílio do PPP (Pakistan Peoples Party).

Regressou 2 anos mais tarde após legalização dos partidos políticos e, a 1 de Dezembro de 1988 o seu partido ganhou as eleições.
O seu governo foi destituido em 1990 acusado de corrupção, e abuso de poder. Durante os 3 anos que se seguiram, Benazir esteve na oposição ao novo PM, um protegido do ditador que condenara o seu pai.

Voltou ao cargo de PM de 1993 a 96, altura em que o Presidente Farooq Leghari a destituiu acusando de corrupção e outros.
Em 1999 o poder passou para mãos militares e Bhutto viu-se obrigada a exilar em Londres e no Dubai para escapar aos processos. Também teve, junto com o marido, algumas questões com a Justiça Suiça, por alegadas lavagem de dinheiro. As especulações foram surgindo aqui e ali, enquanto eles proclamavam a origem política das acusações.  O certo é que Auditor General of Pakistan, órgão governamental deu como provado que o (na altura presidente) Ghulam Khan pagou 19 milhões de rupias para que se instaurassem 19 casos de corrupção contra Bhutto e o marido,  Zardari.
Estiveram 8 anos exilados, de novo.

Em 2007 foi-lhe concedida amnistia pelo Presidente Musharraf. A 18 de Outubro de 2007 foi recebida por mais de 100.000 na capital. Durante o desfile, duas bombas mataram 140 pessoas e feriram mais de 200. Benazir não foi, no entanto, atingida.

Não teria tanta sorte a 27 de Dezembro desse ano, sendo alvejada no pescoço e peito por alguém que se explodiu, matando outras 20 pessoas. O ataque suicida foi reivindicado mais tarde pela Al-Qaeda.


Esta mulher foi uma afronta aos radicais. Moderna, educada, inteligente, cativante, viajada.... e ligada às suas raízes, defendendo os valores em que acreditava, criticando vários aspectos do Ocidente dos quais discordava. Uma mulher de fibra! Por isso o melhor  que conseguiram foi assassiná-la. Mas mulheres assim não morrem. Continuam a inspirar gerações!

Parabéns Benazir!

9 comentários:

Hathor disse...

Era muito bom que houvesse mais mulheres como ela em paises como o dela... infelizmente aparece só uma vez em muitos anos de intervalo...
Parabéns Benazir.
Parabéns Pusinko pelo post.

Julie D´aiglemont disse...

Dificilmente aparecerá por lá outra igual nos próximos anos. Uma pena!

Anabela Prates disse...

Muito obrigada pela partilha, é ao saber estas coisas que ser mulher tem um gostinho tão especial.
Um bem haja a todas as mulheres que lutam diariamente pelo aquilo em que acreditam!
Beijo

Menino Inocente disse...

Não conhecia a história! Gostei muito!
São estas pessoas que nos fazem manter a esperança que o mundo pode ser um lugar melhor:

Anónimo disse...

Também acho que estas mulheres continuam a inspirar gerações.

Beijinhos

Pink Poison disse...

Eu conhecia a hisória mas os teus posts, espelham o que és: culta, divertida e pronto, gosto de ti!!!

Pusinko disse...

Hathor: Sim, no país dela e nos nossos, mas lá fazem mais falta de facto. Hoje faria 58 anos. Parabéns a ela :)

Julie D'aiglemont: Mas meia dúzia delas firmes, activas no Parlamento e sem se calarem e querendo chegar mais longe com a sua voz, memso sem serem Primeiras Ministras, já era bom, muito bom.

Clara: tem um sabor especial, sim. Da mesma forma que aprecio a Farah Diba, por ter agido na sombra do imperador.. e venham mais mulehres assim que o mundo precisa.

Menino Inocente: é uma história que merece ser contada. E espalhada. :) Admiro muito esta mulher há anos.

Joana: Que inspire agora algumas em idade de iniciar na vida política e sejam fortes e capazes de actuare defender valores mais altos.

Pink: Pukas gosta disto xD


Beijokas a tutti

Pulha Garcia disse...

Concordo com tudo, Pusinko. Bhuto era uma mulher ímpar, não isenta de críticas, mas uma lufada de ar fresco com ideias próprias.

Pusinko disse...

Pulha Garcia: é uma mulher que admiro imenso. Só gostava que não fosse "tão ímpar" para existirem outras a seguirem o seu exemplo :)