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sexta-feira, 1 de abril de 2011

Relações ou Ralações... dos outros

Passei pouco tempo com eles. 


Personagens: Ela: tinha 1 certo potencial, cara bonita, boa pele. Sorria.
                       Ele: pacato, bonitinho, dedicado. Sorria.

Prólogo:
Eram estudantes a terminar os cursos, sem emprego seguro, que se amavam e  decidiram morar juntos (numa casa partilhada com mais 3 pessoas).... mas era o amor. Na loucura, ter um filho nessa mesma casa, se ninguém se opusesse. Ninguém se opôs.
Um formigueiro de procriar difícil de entender para mim.

História:
Nunca a vi cuidar ou arranjar-se minimamente. Desleixo traduzido em gorduras localizadas, alimentacao deficiente e um aparente desinteresse na sua propria imagem e bem-estar. Aos 22 anos.
Sempre o vi a praticar desporto e convidá-la para modalidades várias, a ser o cozinheiro saudável de serviço, a motivá-la com uma delicadeza notável. Aos 23 anos.

Jamais foi directo ao ponto de perguntar porque se degradava ela aos poucos. Nós, mulheres, fomos directas ao ponto de perguntar porque se degradava ela aos poucos. Resposta lacónica e repetida: "tem de gostar de mim como sou, se me escolheu é para ser eu mesma"... blá blé blí bló blú...

De criança no bucho havia 3 meses adorava o estado de (des)graça (física). Que assim já não a podia chatear e devia ceder aos caprichos todos, agora que  vinha o pimpolho.
Porque ele tinha de a aceitar como era, ............ então grávida, nem se fala.

Epílogo:
Casaram e mudaram-se para outro apartamento com ajuda dos pais. 
Tiveram um filho que é praticamente sustentado pelos pais.
Vão criando o puto enquanto a relação entre eles escorrega na falta de amor próprio dela e no cansaço dele. Nos choros e noites mal dormidas. Nos estágios escolares e partilha de responsabilidades.... Na lingerie gasta misturada com fraldas misturada com baba misturada com fato-de-treino misturada com hoje-vou-beber-um-copo-com-o-pessoal misturada com "a tua mãe mete-se demasiado na nossa vida" (se calhar paga para isso)... misturada com Amor torrado à espera de ter sido vivido.


O amor é phodido já dizia o outro.

12 comentários:

Unknown disse...

a imaginação leva-nos longe... pode ser bom... mas por vezes, precisaria de ser refreada pelo discernimento...

Pusinko disse...

António: Não foi imaginação aqui. Pelo menos minha. Partilhei casa com estes dois algum tempo.
Hoje lembrei-me deles, da diferença entre o casalinho que nos entrou porta dentro e o que são hoje, 3 anos volvidos... discernimento foi algo que, a meu ver, lhes faltou.

Unknown disse...

eu percebi Pusinko!
a imaginação (de que tudo correria bem, apesar de haver coisas que apontavam em sentido oposto) levou-os longe. tivessem-na refreado pelo discernimento e talvez não estivessem agora nessa situação...
bj

Zlati disse...

Há tempo para tudo, para namorar, para trabalhar, para casar, para estar só a dois, para ter filhos, etc etc. Quando isto tudo se mistura e as pessoas ainda não estão preparadas para viver a fase em que se meteram, aí sim...acontecem este tipo de coisas e frequentemente até o amor acaba, porque simplesmente é demasiada coisa ao mesmo tempo.
beijinhos

Pusinko disse...

António: eu estou lerdinha e lentinha hoje... pois, agora percebi onde queria chegar.
Por acaso fez-me confusão assistir a isto. Agora não sei como estão, não temos contacto, mas não é muito diferente disto, segundo soube. Eu não teho pressas dessas e custa-me entender a dos outros. São visões diferentes..

Mona lisa: Há tempo para tudo, de facto. Eu ficava parva ao ver tudo misturado no mesmo saco ao mesmo tempo, sem assentar nada. E depois deu nisto. Desejo que se resolvam da melhor maneira...


Beijokas a ambos :)

Anónimo disse...

Se é que posso reformular a última frase, eu diria que o apego e a carência emocional são phodidos.

Beijinhos

Unknown disse...

Txi... A desgraça... Quem quer casar e construir família, tem que anticipar o melhor que puder todas essas situações. Que se lixe o carpe diem! É preciso ser-se frio e calculista, para depois o amor fluir sem obstáculos difíceis... Ou seja, assentar antes de assentar... Mas quem ama, está-se nas tintas para isso! Quem ama de boca cheia faz tudo ao calhas... É uma merda, mas no tipo de sociedade que vivemos, temos que racionalizar o amar para não nos metermos em complicações...

Pusinko disse...

Joana: Podes e deves refrmular. até porque tem mais lógica o apego e a carência emocional... A frase, coloquei por ser conhecida... Miguel Esteves Cardoso? Arriscaria eu. :)
É que não se pode fazer muito por pessoas nessas condições. É deixá-las descobrir por si o melhor caminho.

Ísis disse...

Acima de tudo gostar de nós. Termos amor próprio. Eu até acho que sei, como irá "acabar essa história" mas não sou a Maya. O amor é phodido e é bom quando é vivido/sentido. Nada de racionalizar as emoções. Mas isto sou eu a divagar ;-)

Pusinko disse...

José: a Isis diz algo importante qu eé não racionalizar o amor. Mas concordo quando referes a importância de definir condições, ser calculista em aspectos básicos. Depois é deixar fluir e ultrapassar os outros obstáculos que virão. Quem ama viver intensamente, mas não descurar de si próprio, não se fundir no outro, ou esperar que tudo esteja garantido. O amor não se garante, mas fortalece-se todos os dias.

Isis: 100% acordo. Sem gostarmos de nós e nos respeitarmos não vamos saber cuidar da relação.
Eu também não sou a Maya mas atiro o ar um desfecho plausível aos meus olhos... O Amor existe para ser sublime e estimado. Se não se alimenta, perece... com ou sem filhos.

Beijokas a ambos!

Anónimo disse...

Pusinko, a frase se não estou em erro é o titulo de um livro do Miguel Esteves Cardoso.

Beijinhos

Pusinko disse...

Joana, então é isso! Eu já li trechos disso. Gosto do Miguel Esteves Cardoso :) MAs não estava 100% confiante. Obrigada :)

Beijinhos