O Cisne Negro ou 1 quadro clínico de esquizofrenia

Pois é fui ver. Todos falam e eu tinha curiosidade. 

Preparei-me para ouvir Pyotr Tchaikovsky e o belíssimo Lago dos Cisnes. Durante 17 anos recusei-me a escutar esta peça*. Não ouvi tanto quanto esperava.

Factos sobre o filme, por estes olhos que sairam à bocado do cinema:

- pagar 9 euros para ir ver o filme são muitos euros a mais;

- o filme foi dobrado em estrangeiro (o que muito me lixa por não ouvir as vozes originais, ao mesmo tempo que me orgulha por ter percebido quase tudo xD

- a Portman é dona de uma beleza clássica mas não é capaz de se transfigurar na _uta ou louca/alucinada que certos momentos pediam. Poucas actrizes são capazes disso, por muito belas que sejam;

- o Thomas não é tão ridicularizado/esteriótipo do francês abusador e cheio de manias como se pintou por aí, mas foi um bocado cliché;

- o quadro clínico de esquizofrenia é bem retratado e, portanto, previsível (não é preciso estudar medicina pra acompanhar);

- os fouettés  no momento de transformação em cisne negro foram deliciosos de ver;

- a mãe, bailarina frustrada que controla a vida da filha ao mm é 1 cliché;

- a cena de sexo lésbico seria mais intensa se a Portman tivesse essa habilidade de transfiguração;

- os últimos 10 minutos valeram o filme;

- comprar 1,5l de cola 0 e um saco médio (que era gigante) de pipocas salgadas é asneira grossa;

- a música dos treinos cisne branco e cisne negro não eram demarcadas uma da outra, excepto na parte final, o que diluiu o contraste e impacto da transformação dum no outro;

Estou contente por ter ido, acho que sim senhor foi bonito e tudo, mas não me convenceu por aí além. Provavelmente porque li opiniões a respeito antes de assistir, mas a verdade é que não houve cenas que me arrepiassem, detalhes que não são mencionados em crónicas e que causaram aflição a algumas pessoas sentadas perto de mim.


* é um detalhe para outra vez. Hoje é só sobre o filme e não sobre coisas estranhas a meu respeito...